Ao início de minha carreira, em 1971, esse ente de controle interno dos bancos se chamava em geral Inspetoria. Especializei-me em área específica, que era em geral chamada de área de sindicância, de apurações ou ocorrências.

Assisti à desvalorização dessa área profissional ante a crescente influência estrangeira, mudando, inclusive, o nome das inspetorias bancárias para auditorias, onde, os antigos inspetores passaram a ser subvalorizados como se fossem profissionais sem método e sem ciência e que, além disso, não falavam inglês.

 

Passei a estudar o tema em minhas horas de folga e a catalogar e a organizar todo aquele conhecimento que aprendera com velhos inspetores bancários. Aceitei o novo nome de auditoria, com suas subdivisões, entre as quais, a velha sindicância a que atribuí o nome de Auditoria da Responsabilidade.

Sistematizei essa área de Auditoria para que fosse o centro de um sistema que se alimentasse das reclamações sobre prejuízos em sentido amplo e, como uma verdadeira Ouvidoria de clientes, terceiros e empregados, solucionasse todos os problemas trazidos, fazendo com que essas soluções gerassem todos os controles necessários, sendo o mais importante deles, a catalogação sistematizada das causas de prejuízo, com vistas a atualizar os papéis de trabalho das demais áreas da Auditoria.

Assim, os papeis de trabalho das auditorias passariam a ser vivos e dinâmicos, eliminando as antigas e amareladas listas de passos a auditar, tornando todas as demais áreas da Auditoria mais dinâmicas, atualizadas e eficazes.

Ao abandonar a carreira de auditoria em 1990, resolvi escrever o livro “Auditoria da Responsabilidade – um Auditoria Ativa”, o qual foi publicado em 1991 pela Subcomissão de Segurança Contra Fraudes da Associação de Bancos no Estado do Rio de Janeiro, ABERJ, que o disponibilizou, em gigantescos disquetes, tipo “Verbatim – MD 2 - D”, a todos os bancos brasileiros e estrangeiros aqui no Brasil.

Hoje, vendo os escândalos de corrupção na Petrobrás, entre dezenas de outros, resolvi disponibilizar gratuitamente na Internet esse meu trabalho, em PDF, pois há muitos anos vejo com tristeza o enfraquecimento das auditorias das empresas públicas – CEF, Banco do Brasil, Correios, Petrobrás, etc. – que sequer fazem mais sindicâncias, como ocorre na Caixa Econômica Federal, onde os casos de fraudes e outros prejuízos são “apurados” por comissões compostas por leigos, indicadas na maioria das vezes em níveis abaixo das diretorias, com competência, na verdade, limitada até as instâncias abaixo do nomeante.

Como advogado, deparei-me com processos onde essas "comissões da CEF" se prestaram a abafar casos de fraudes, a proteger apaniguados ou a perseguir inocentes, muita vez, com o conivente beneplácito do Tribunal de Contas da União - TCU. 

Espero que também os agentes públicos leiam esse meu trabalho que, apesar de estar com suas indicações legais, de 1991, desatualizadas e não tratar do empregado público, mantém viva a sua implacável sistematização na guerra contra o prejuízo em sentido amplo. Evidente que os politiqueiros e corruptos jamais iriam querer implantar na empresa em que trabalham o Sistema de Auditoria da Responsabilidade, pois, este, lhes seria, sem dúvida, uma garantida "chave de cadeia". Porém, como dizem que o Brasil está mudando, eis aqui a minha "Auditoria da Responsabilidade - uma Auditoria Ativa". Pode baixar em PDF. É de graça.