Contos Antigos

O vozerio das buzinas aumentou lá na avenida. Eram dezoito horas. Leovino trabalhara feito máquina. Em seu estômago, uma dor. Em seu peito, um peso medonho e, em sua garganta, um nó. Fechou as gavetas, ajeitou a camisa e vestiu o paletó.

- Boa noite, até amanhã!

- Amanhã é sábado colega; até segunda!

Nem se lembrava de que já era sexta e de que não trabalhava ao sábado. Foi-se embora. Misturou-se com outras gentes que, nas ruas, tinham os olhos tão perdidos em pensamentos e lugares, os quais, cada um sabe dos seus. E a massa toda foi andando, capengando, se arrastando pelas ruas.

De repente, o guarda apitou e o semáforo mandou:

- VERMELHO! PARE!