Estudo ao documento "Carta da Câmara de Tamanduá à Rainha Maria I", que a Câmara dessa Vila, hoje cidade de Itapecerica/MG teria escrito no ano de 1793, pedindo que o então Triângulo Goiano fosse anexado à Capitania de Minas Gerais, em sua versão contida no traslado oficial de 1798, de 54 páginas  manuscritas, feito pela mesma Câmara de Vereadores e publicada pela Revista do Arquivo Público Mineiro, ano II, fls. 372-388,  de 1897, num total de 17 páginas datilografadas. ISBN 978-85-920654-1-6 CDU 981.034(351/853)"18".

Para fundamentar o seu pedido, contra a Capitania de Goiás, de anexação de seu Triângulo às Minas Gerais, os peticionários elencaram inúmeros fatos supostamente históricos, sempre querendo demonstrar que o Triângulo fora descoberto, povoado e habitado pelos habitantes de Minas, mas que os governos de Goiás haviam usurpado e esbulhado o governo mineiro da posse desse território que sempre fora seu. 

Esse documento foi utilizado como fonte historiográfica por praticamente todos os historiadores que escreveram sobre o atual Triângulo Mineiro e sobre o Quilombo do Ambrósio, que também chamaram de Campo Grande ou Campogrande. Curiosamente, nem todos os historiadores acusaram essa fonte nem mesmo em suas notas de rodapé e, mesmo os que repugnaram esse documento, acabaram aderindo às suas exclusivas narrativas sem, no entanto, citar qualquer fonte.

Nossos estudos se concentraram, primeiramente, nos inúmeros erros que foram criados na transcrição do traslado de 1798 para a Revista de 1897, origem de muitos erros até ridículos propagados e até multiplicados por nossos historiadores que trataram do assunto.  Em sequência, procuramos reordenar os textos da Carta, dentro daquilo que seria sua verdadeira sequência lógica e cronológica, desmanchando, apenas com esse critério técnico inicial, muitas das distorções, adulterações e inverdades com que os missivistas do Tamanduá quiseram enganar a Rainha Maria I a seu filho dom João, então, Príncipe Regente. Finalmente, cruzamos suas informações com as fontes primárias que trataram dos mesmos fatos narrados, fontes essas encontradas no Arquivo Público Mineiro, Arquivos de Comarcas, administrativos, judiciais e eclesiásticos, bem como, com arquivos do Ultramar - Projeto Barão do Rio Branco - aos arquivos (CDs) das Capitanias de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás; contamos também com as coleções Documentos Interessantes para história e Costumes de São Paulo e Anais da Biblioteca Nacional, entre outras.

Em livro anterior, “Quilombo do Campo Grande: Ladrões da História”, já concluíramos que o mentor, senão autor, dessa carta, teria sido Inácio Correia Pamplona, traidor da Inconfidência Mineira e, sem dúvida, o maior mentiroso que já houve na História das Minas Gerais.

Esses novos estudos nos permitiram provar que a famigerada Carta da Câmara da Vila de Tamanduá à Rainha é um documento 100% ideologicamente falso. Segundo princípios jurídicos desde os anos setecentos, solidificados no Direito Brasileiro, um documento público ou privado é ideologicamente falso quando omite declaração que dele devia constar, ou que contenha declaração falsa ou diferente  da que devia ter sido escrita, isso, com o intuito de prejudicar direito, criar obrigações  ou alterar a verdade acerca de fato juridicamente relevante, ou seja, uma falsidade intelectual. Mesmo assim, pela pobreza da Capitania de Goiás, bem como, da Capitania de São Paulo que estivera extinta no período de 1748 a 1765, a poderosíssima, agora, Província de Minas Gerais, finalmente conseguiu esbulhar, em 1816, o Triângulo que, até então, sempre pertencera, primeiro, à Comarca Paulista de Goiás e, a partir de 1748, à Capitania de Goiás.

O objetivo dos desonestos missivistas, completamente dominados por Inácio Correia Pamplona, fora o de anexar o Triângulo Goiano às Minas, porém, em meio à sua rede de mentiras absurdas, além de jogar para dentro do Triângulo todos os fatos referentes às Guerras contra a Confederação Quilombola do Campo Grande, reduziram-na a um único quilombo, Quilombo do Ambrósio, isolado e sem qualquer ligação com sua Histórica Confederação de mais de 25 quilombos, onde o Rei Ambrósio teria sido morto no ano de 1746, o que também é uma de suas estupendas mentiras.       

           O presente livro, por destruir essa falsa fonte de uma falsa História, recebeu e inaugurou o Selo Luís Gama de Publicação da Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra da OAB/MG e, agora, está sendo lançado no dia 5 de agosto de 2018, no estande da MG QUILOMBO Editora, sito na Travessa Literária da 25ª Bienal Internacional do Livro, Pavilhão do Anhembi, São Paulo/SP,  de 3 a 12 de agosto de 2018.

 Estamos à espera de suas críticas e sugestões.

Este livro já está à venda na Loja Virtual da MG QUILOMBO Editora.

Agradecemos a Divulgação:

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